sábado, 27 de outubro de 2012

O corpo - essa casa onde você nao mora


Neste instante, esteja você onde estiver, há uma casa com o seu nome.Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves.Por isso, fica de fora, só vendo a fachada.Não chega a morar nela.Essa casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo.
" Se as paredes ouvissem..." Na casa que é o seu corpo, elas ouvem.As paredes que tudo ouviram e nada esqueceram são os músculos .Na rigidez, crispação , fraqueza e dores dos músculos das costas, do pescoço , diafragma , coração e também do rosto e do sexo, está escrito toda sua história , do nascimento até hoje.
Sem perceber, desde os primeiros meses de vida, você reagiu as pressões familiares, sociais, morais."Ande assim.Não se mexa.Tire a mão daí.Fique quieto.Faça alguma coisa.Vá depressa.Aonde você vai com tanta pressa...?"Atrapalhado, você se dobrou como pôde.Para conformar-se, você se deformou.Seu corpo de verdade harmonioso,dinâmico e feliz, por natureza- foi sendo substituído por um corpo estranho que você aceita com dificuldade, que no fundo você rejeita.
"É a vida", diz você; não há outra saída.Respondo-lhe que você pode fazer algo para mudar e que só você pode fazer isso. Não é tarde demais para libertar-se da programação de seu passado, para assumir o próprio corpo, para descobrir possibilidades até então inéditas .
Ser é nascer continuamente.Mas quantos deixam-se morrer pouco a pouco, enquanto vão se integrando perfeitamente às  estruturas da vida contemporânea, até perdem a vida, pois a perdem de vista.
Nosso corpo somos nós.É a nossa única realidade perceptível .Não se opõe à nossa inteligência, sentimentos, alma. Ele os inclui e dá-lhes abrigo.Por isso tomar consciência do próprio corpo é ter acesso ao ser inteiro...pois corpo é espirito, psíquico e físico.
(Fonte: O corpo tem suas razões  Thérese Bertherat & Carol Bernstein)